Construídos com materiais naturais, os arranha-céus iemenitas se adaptam perfeitamente ao clima quente e seco do deserto árabe.
Atravessar o Bab-al-Yaman, o enorme portão de acesso à antiga cidade murada de Saná, a capital do Iêmen, é como passar por um portal para outro mundo.
Há muitos edifícios altos e esguios amontoados em áreas estreitas que ligam exuberantes hortas de frutas ou verduras a antigos mercados em que ainda são vendidos burros.
Nessa região, há serralheiros remendando enormes chaves de metal que abrem imponentes portas de madeira; um vendedor que oferece atuns em um carrinho e o padeiro local tirando pão fresco de um buraco em chamas no solo.
Em uma sala minúscula, um camelo caminha em círculos dando impulso a uma pedra de um moinho que esmaga sementes de gergelim.
Mas apesar de todo esse estímulo visual, a arquitetura é, sem dúvidas, o que domina a cena.
Saná está repleta de edifícios que são diferentes do que é possível encontrar em qualquer outro lugar do mundo.
Na rua, a monotonia das paredes de adobe é interrompida apenas por grandes portas de madeira e muitas vezes não há muito para se ver.
No entanto, ao olhar para cima, é possível observar os edifícios esguios, alguns com apenas um ou dois apartamentos por andar, que se elevam como em direção ao céu.
Enquanto os andares inferiores, no nível da rua, não têm janela porque são usados como abrigo para animais ou espaço para trabalho, os apartamentos superiores têm janelas ornamentadas por vitrais ou por delicadas telas de muxarabi, protegendo assim a privacidade das mulheres no interior do imóvel.

Edifícios que têm mais de 300 anos
As molduras das janelas e os frisos entre os pisos nesses apartamentos são marcados com um intrincado cal branco para contrastar com o fundo cor de barro.
Muitos desses prédios têm terraços em suas coberturas, usados como espaços de entretenimento, assim como quartos ao ar livre para as noites quentes.
A imponência dos edifícios e a praticidade deles criam um panorama arquitetônico inspirador.